O promotor de Justiça Maurício Gomes de Souza fez importantes alertas aos postulantes a cargos eletivos em Campo Maior e região quanto as normas a serem seguidas a partir de agora com o início oficial da campanha eleitoral.
Durante entrevista ao repórter Raphael Rodrigues, em matéria exibida no Jornal da Cidade 2ª Edição, da FM Cidade Campo Maior nesta sexta-feira (16), Maurício Gomes falou sobre a importância da participação da população na apuração de eventuais irregularidades que venham a ser cometidas pelos candidatos e incentivou o eleitorado a denunciar ao MP tais irregularidades, como por exemplo a conhecida "captação ilícita de sufrágio", popularmente chamada de compra de votos.
"A população é fundamental, a população, o eleitorado, os candidatos também, é fundamental que encaminhem as comunicações pra gente. Encaminhem via whatsapp, por e-mail, venham aqui (no MP)... não quer aparecer? Faça via Ouvidoria. Basta 'botar' www.mppi.mp.br, tem lá o campo da Ouvidoria, coloque 'sigiloso', seus dados não vão aparecer e a gente vai atrás do fato", declarou o promotor em um trecho da entrevista.
"Candidato chegou prometendo coisa demais, oferecendo dinheiro, oferecendo coisa que não tem sentido... Hoje todo mundo tem um celular que grava. Viu que tá errado? Grave e encaminhe pra gente. Não quer aparecer? Grave e encaminhe de forma sigilosa", continuou.
O promotor salientou que cada vez que há uma denúncia e o caso é apurado, isso contribui para a melhoraria dos pleitos seguintes. O jurista lembrou de pleitos em tempos passados em Campo Maior que foram uma "verdadeira balbúrdia", coisa que não se tem visto nas últimas eleições.
Um outro ponto importante destacado durante a entrevista foi a relação do candidato com a Internet e as redes sociais. O promotor lembrou que a última eleição presidencial trouxe um assunto novo dentro da categoria abuso de poder político ou econômico, que é o "abuso de poder midiático".
O Dr. Maurício enfatizou que o abuso do espaço das redes sociais, de modo a ferir o que foi estabelecido pelo TSE, pode ser base para ações de investigação judicial, e que pode render inclusive cassação de mandato, mesmo após a diplomação do acusado.
As chamadas fake news também não ficaram de fora da conversa e o promotor destacou que o apoiador que eventualmente venha a compartilhar material falso e for comprovada a ligação com o candidato, este sofrerá as sanções previstas na Lei Eleitoral, minimamente a retirada da peça da plataforma onde foi publicada.
"Candidato, cuidado! Se você oferecer uma vantagem a um eleitor do seu opositor e ele tiver efetivamente uma gravação ou algum meio em que isso se corrobore, basta um voto, um único voto captado de forma ilícita é suficiente pra lhe cassar, mesmo diplomado ou com um ano ou dois de mandato", completou o promotor.